Perdido, eu
Tive um pesadelo
Perdido, eu
Acordo assustado
Perdido, eu
Tento lembrar-me do que houve
Perdido, eu
Escuto vozes em minha cabeça
Perdido, eu
Começo a gritar
Perdido, eu
Desmaio no chão
Perdido, eu
Acordo e vejo tudo sem cor
Perdido, eu
Caminho em direção à porta
Perdido, eu
Abro a porta e só vejo fogo lá fora
Perdido, eu
Fecho a porta e recuo
Perdido, eu
Vejo a solidão sentada sobre minha cama
Perdido, eu
O desespero bate a minha porta
Perdido, eu
Peço que volte no outono
Perdido, eu
A morte aparece na janela
Perdido, eu
Dou–lhe um beijo
Perdido, eu
Perdidamente me apaixono.
Perdido,
Eu.
Digho http://digho.blogspot.com
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Encontrado
sábado, 28 de junho de 2008
Sentimento Sobre Pétalas
Escrevi sobre uma violeta. Ela era tão bela, brilhava diante de meus olhos com seu tom mesclado como branco que contrastava como verde de seu caule; algo incrivelmente perfeito.
Eu a admirava todos os dias, e pela manhã seu brilho eram mais belo ainda, suas pétalas eram diferentes como que se renovassem para mim a cada dia. Eu a namorava todos os dias, e ela sabia muito bem disso, ma existia um sentimento por trás daquilo tudo. Eu a admirava e invejava sua trajetória, eu a invejava. Ela tinha a vida que eu desejo ter, suas pétalas abrem como eu gostaria que minhas asas se abrissem quando sentisse a luz do sol ao acordar.
Negro sentimento!
Eu a amava tanto, mas... Chegou o dia, eu estava muito magoado, minhas asas estavam ensangüentadas e eu me sentia só, totalmente sem ninguém, perdido numa floresta onde não sou bem vindo. Lobos e corvos tentam me devorar, me ferem e o que eu tinha como uma rosa inofensiva de repente crava seus espinhos em mim me enfraquecendo para servir de alimento aos corvos... Fiquei imóvel, não gemi, só sangrei. Eu pude escutar o fluxo de sangue do meu coração a cada espinho que o perfurava e a cada ação do corvo, mas consegui sair vivo, porém ferido, muito ferido. Esse foi o motivo que me levou a fazer o que fiz.
Pobre violeta.
Tão bela,
Tão jovem,
Tão vívida e agora...
Eu escrevi uma palavra muito forte sobre ela, eu a feri. Feri suas pétalas assim como feriram minhas asas.
Eu a colhi do meu quintal, não era manhã, mas seu brilho era o mesmo; jovial como sempre. Suas cores ainda vibrantes, mas meu desespero fez cessar isso tudo. Apanhei do meu quintal, eu a queria para me fazer companhia, caminhei em direção ao quarto, entrei, tranquei a porta atrás de mim e sentei-me sobre minha cama fria.No quarto, eu, a violeta e a solidão; os três sentados sobre a cama, sem rumo na vida. Peguei a violeta e segurei a ternamente em minhas mãos, então a beijei, nesse momento senti sua pele tocando a minha. Sua suave pele sendo esfoliada por minha barba, depois de alguns momentos assim, tornei uma caneta e escrevi sobre uma pétala, era linda aquela palavra que a cada curva da caneta ia formando o que eu mais desejava naquele exato momento.
Não correu uma lágrima sequer dos meus olhos, pois tudo está seco, frio, pálido e morto. Fico como que em transe contemplando aquela palavra escrita sobre a pétala e lembrando-se das minhas feridas incuráveis, quando sinto uma dor extremamente forte em minhas asas e acordo do transe, olho para a violeta e vejo que está murchando. Lamentando tê-la tirado a vida eu pego uma folha de papel que agora escrevo e segurando a violeta, começo a escrever o que agora você lê. À medida que escrevo, a violeta vai murchando, até o nome que eu havia escrito se tornar ilegível, então a seguro tentando abrir suas pétalas e leio o que eu tanto desejo, leio o que havia escrito, leio o que já não se pode ler, leio para mim mesmo e para a solidão que sentada ao meu lado, sobre minha cama, observa sair da minha boca o que eu pronuncio lentamente: amor,
amor, amor, amor...
Obs: texto escrito em 28/06/2008
Digho___ http://digho.blogspot.com
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Herança
Negro como a noite sem luar, trancado nesse mundinho que os elementos me deram de presente. Ardendo de ódio, sentimento dos suicidas, um exemplo, não. Uma história a querer que lembrem, a querer que completem assim como fiz com as minhas inacabadas.
Tenho procurado arquivos, vestígios de comunicação com o incomunicável, aquele que me fez chorar pelo que já não lembrava mais exceto quando sonhava acordado. Desespero-me a encontrá-lo, pois já não me escreve mais com antes. Trancado em seu esconderijo envelhecido camuflado com jornais que, na verdade, são coleções de arquivos e histórias de suicidas.
Não há virtude nisso tudo, mas também não há maldade.
Almejo o que jamais terei. Todos os dias, sem cansar. O ódio corrói como ácido sobre minha pele desnudando-a para mostrar minha carne e seus vermes que habitam sob ela.
Tenho almejado a ufania, pois assim não estaria me sentindo dessa forma, mas como eu não a alcanço. Desejo mesmo a morte assim como aqueles que semelhante a mim morreram deixando nada além do que arquivos suicidas, lindas histórias de coragem e de covardia. Eles têm deixado por herança apenas histórias trancadas no porão.
Esquecidas não.
Não conhecidos.
Estão a serem descobertos não importa o tempo.
O século deles se aproxima e nele haverá uma conferência. Serão reconhecidos nas reuniões dos suicidas, na Conferência dos Inocentes diante da secreta Sociedade dos Condenados e poderão ver claramente as lágrimas de sangue sobre a Carta-mestre envelhecida escrita em papel quase deteriorizado pelo tempo, tempo esse que torna na lembrança de todos, aquilo que era negro em apenas uma imagem como velhas enciclopédias numa estante de um mosteiro. Consegue sentir o cheiro de carne humana?
Sangue...
Sangue...
Carnes humanas de ucharia.
OBS: Esse texto foi escrito dia 14/02/08
Digho’s Death http://digho.blogspot.com
Tenho procurado arquivos, vestígios de comunicação com o incomunicável, aquele que me fez chorar pelo que já não lembrava mais exceto quando sonhava acordado. Desespero-me a encontrá-lo, pois já não me escreve mais com antes. Trancado em seu esconderijo envelhecido camuflado com jornais que, na verdade, são coleções de arquivos e histórias de suicidas.
Não há virtude nisso tudo, mas também não há maldade.
Almejo o que jamais terei. Todos os dias, sem cansar. O ódio corrói como ácido sobre minha pele desnudando-a para mostrar minha carne e seus vermes que habitam sob ela.
Tenho almejado a ufania, pois assim não estaria me sentindo dessa forma, mas como eu não a alcanço. Desejo mesmo a morte assim como aqueles que semelhante a mim morreram deixando nada além do que arquivos suicidas, lindas histórias de coragem e de covardia. Eles têm deixado por herança apenas histórias trancadas no porão.
Esquecidas não.
Não conhecidos.
Estão a serem descobertos não importa o tempo.
O século deles se aproxima e nele haverá uma conferência. Serão reconhecidos nas reuniões dos suicidas, na Conferência dos Inocentes diante da secreta Sociedade dos Condenados e poderão ver claramente as lágrimas de sangue sobre a Carta-mestre envelhecida escrita em papel quase deteriorizado pelo tempo, tempo esse que torna na lembrança de todos, aquilo que era negro em apenas uma imagem como velhas enciclopédias numa estante de um mosteiro. Consegue sentir o cheiro de carne humana?
Sangue...
Sangue...
Carnes humanas de ucharia.
OBS: Esse texto foi escrito dia 14/02/08
Digho’s Death http://digho.blogspot.com
terça-feira, 17 de junho de 2008
Hope
Tenho me olhado no espelho, constantemente, buscando algo dentro de mim. Mas minhas buscas foram em vão. Talvez tenho achado em você algo que desejo,talvez tenho encontrado o que me faz repousar por um momento, talvez sua face me deixe em transe, talvez pensar em você me tire desse mundo por alguns segundos, Talvez...
Há muito tempo não recebo uma visita no meu túmulo, estou completamente sozinho perdido em mim mesmo. Suprimido por todos os lados, sempre olhando para o mesmo hemisfério da vida, as mesmas rosas deixadas no meu túmulo, elas não me alegram mais. Já passou o tempo em que eu tinha forças para levantar e dizer: "só mais uma vez, você consegue” Hoje me sinto fraco.
Cansei de toda vez que tento me recompor, acabo me dissolvendo em sentimentos não conhecidos, obscuros demais para uma frágil esfera-negra como esta. A madrugada é muito fria e tão longa quanto à estrada que me conduz a isso tudo.
Quando sua sombra vai embora, minha face se torna como uma nuvem negra sem brilho sem vida. Sei que sua sombra voltará assim que surgir um feixe de luz entre essas árvores que cercam minha sepultura. Então meu rosto refletirá tudo o que sinto. E quando bate a insegurança de te ver escorrer pelas minhas mãos como essas lágrimas que escorrem do meu rosto? Nesse momento me volto para o espelho e olho, hipnotizado. Vejo sua face ela me convida a ir junto a ti, mas quando tento tocar-te, vejo pequenos pedaços caindo, quebram-se. Pedaços de mim.
Agora tendo que esperar que você volte para eu tentar me recompor, mas você sabe que sozinho não posso. Não é fácil colocar tudo de volta no lugar.são pequenos demais, diferentemente do que sinto agora.Não cabe na minha esfera negra..é muito forte e doce.
Um espinho envenenado cravado em meu ego. Você diz que sou capaz de movê-lo, mas será?Eu sempre duvidei que eu fosse capaz. Toda vez que tentava pensar diferente olhava ao meu redor e via que me encontrava no mesmo cemitério de sempre. Isso me dava medo, pois eu via que a capacidade que tanto dizem não existia. Isso me dava medo e então minhas forças restantes foram sugadas pelo medo.
Quando menos esperei, fui surpreendido com uma luz... Era outono eu, sentado sobre meu túmulo, como sempre; vi um ser entrar pela porta do cemitério com grandes asas brancas que emitiam luz, quase fui cego com tanta luz, mas eu precisava ver a qualquer custo.Esse ser veio caminhando em direção a mim. Ele já me conhecia por dentro. Tinha um rosto tão doce e confortante... Sentou-se ao meu lado e sorriu. Foi o suficiente para me dar forças que eu precisava para continuar. Da sua boca saiam palavras que flutuavam suavemente até chegarem aos meus sentidos. Com tudo o que ele me disse levantei-me tomei fôlego e tentando elevar meu espírito ,mas ainda não é fácil assim.
Convença-me de que eu sempre estive doente e que tudo isso fará sentido quando eu melhorar.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Dark Day
Mais uma vez estou sentado aqui, sozinho, como em todos os séculos sobre meu túmulo esperando as rosas-negras que tanto desejo a cada dia.Hoje é dia de levar ao encontro o que há de melhor na alma de cada um.Posso olhar ao meu redor e ver quantas rosas-negras estão sendo seguradas pelas mãos de outros anjos como eu.Hoje o cemitério está lindo, flores para todos os gostos, anjos abrem suas asas a mais de noventa graus, para expressar o quao felizes se encontram.No lugar do epitáfio,frases de amor se encaixam formando uma deslumbrante história com final feliz.Corujas cantam alegremente canções jamais cantadas e os corvos seguem com a mais clássica melodia, a tradição sempre presente quando chega o momento em que a lua se esconde atrás dos velhos galhos secos e o show se inicia primeiro com grupo de morcegos sobrevoando de forma coordenada compondo uma entusiasmada dança no ar.Uma surpresa aguarda a todos talvez o momento mais esperado da noite.Nesse momento o Outono faz sua parte trazendo uma brisa que,por sua vez envolve as árvores ali presente causando uma lenta "chuva" de folhas secas; algo extraordinário.A lua se esforça e intensifica seu brilho,refletindo nas folhas sua paixão pelo dia de hoje.É como se cristais caissem do céu em plena noite tão negra quanto o que sinto agora...Olho para meu epitáfio na esperança de haver alguma mensagem mas o que vejo são as mesmas palavras.
No momento em que caem as folhas, todos os anjos abrem suas asas simultaneamente ao som do coral que acompanha o balé das folhas caindo.Dizem ser algo lindo.É uma canção especial que somente aqueles que tem rosas-negras conseguem ouvir.Eu, no entanto, ficarei para sempre cantando Against all odds e esperando em algum dia encontrar uma rosa-negra.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
||°ynitseD
Tive um pesadelo. Foi horrível, acordo assustado e visto minha armadura na intenção de fingir novamente. A cada dia que passa percebo que fica mais difícil vencer a guerra. Acho que peguei todos os acessórios da armadura, mas e se eu tiver esquecido algo? Estou com medo. Hoje amanheceu diferente está muito frio e as negras cortinas se balançam com o vento congelante que vem de fora. Posso sentir a minha respiração acelerando ao passo que a tensão aumenta a cada passo que dou em direção á porta. Realmente percebo que hoje estou muito fraco, não sei se voltarei para casa, não sei se chegarei vivo. Estou sangrando. Como pode acontecer isso? Estou perdido, tenho que fazer algo antes que sintam o cheiro que tanto os atrai.
Consegui fazer com que o sangue estancasse, mas o cheiro ainda é muito forte. As velas se apagam com uma brisa que não sei de onde vem. Totalmente escuro não encontro minha espada. Embora eu não a leve a guerra eu tenho de vê-la todos os dias para ver se não a roubaram de mim. Um dos meus piores anseios é de ser morto por minha própria espada. Repentinamente as velas se ascendem, assustado, tento me aproximar da janela
mas antes que eu chegue até ela, novamente se apagam as velas e agora um vento forte quase leva as velhas negras cortinas,então já chorando eu caio no chão e começo a sangrar novamente,me arrastando até o canto do quarto,começo a cantar...uma canção que nem mesmo sei; então o vento pára junto com a desconhecida canção que é interrompida com um soluço no ar sem som, totalmente lacrada,até que um silêncio total toma de conta do meu quarto e de todo o meu exterior.Mas só até escutar passos e uma ofegante respiração se aproximar. Fecho os olhos, comprimo meus lábios, esperando o momento ideal e em segundos me encontro na porta, encosto minha face nela e sinto o que me espera do outro lado. Passa se um flash de derrota em minha mente seguida de meu mais íntimo gemido de dor. Através da porta posso ver um ser de semelhança andrógina diantejavascript:void(0)
Publicar postagem de mim que se decompõe em vermes e lentamente vai me consumindo.
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